Com o auxílio luxuoso do pandeiro,
Fábio Abreu nos presenteou com essa deliciosa seleção e comenta:
Nessa primeira playlist, quando convidado pela Mayra, logo pensei em criar uma sequencia, que além do meu gosto pessoal e paixões, mostrasse quais caminhos e possibilidades o samba alcançou.
O Samba, essa ideia-síntese da brasilidade; esse lugar, essa casa; terreno baldio e bar cheio de bêbados, nasce na caixinha de fósforos e tem uma avenida inteira para si.
Entender o samba é entender o Brasil. Se nasceu no Rio ou na Bahia, se vem do jongo ou da cabula, tanto faz. Nasceu junto com o pais e também é fruto de uma mestiçagem que nos torna únicos no mundo.
Agora, quase um século depois da primeira gravação*, me parece extremamente interessante tentarmos reviver – ainda que incompleta e brevemente – esse percurso que fez o samba descer o morro e ser sempre potência , devir.
* O primeiro samba gravado, “Pelo telefone”, de Donga, data de 1916. Foi no terreiro da casa de Tia Ciata (1854 – 1924) que o próprio Donga e outros o compuseram.
Tia Ciata , cozinheira e mãe de santo baiana, mudou-se pro Rio no começo do século. Foi considerada a grande “fomentadora” da cultura dos morros na época. Promovia festas e encontros em sua casa. Nessa época as favelas cariocas nasciam e dos terreiro de candomblé e dos quintais das Tias se forjava o que viria a ser o samba.
(Por Fabio Abreu)
1. Toré do Buzo – Grupo De Toré Xucuru-Kariri Da Maloca “Mata Da Cafurna”
2. Sambador – Grupo De Samba De Parelha Da Mussuca
3. Cangoma me chamou – Clementina de Jesus
4. Aquarela do Brasil – Elis Regina
5. Bim-Bom – João Gilberto
6. De manhã – Maria Bethania
7. Cira, Regina e Nana – Lucas Santtana
8. Sonho de carnaval – Dom Salvador Trio
9. Alô fevereiro – Doris monteiro
10. Samba machine – Kassin + 2
11. Alibaba Alibabou – Novos Baianos
12. Vivo isolado no mundo – Candeia
13. Marinheiro só – Caetano Veloso
14. Estatuto da gafieira – Jards Macalé
15. O amargo – Eddie
16. Eu sou o samba – Luiz Melodia
17. Odeon – Pixinguinha
18. Vaia de bêbado não vale – Tom Zé