374319750_640

“Você já andou pelo mato,
Pisou em espinho, pegou carrapato
Errou de caminho?
Não? Então vá”

Convida Luís Perequê, poeta e cantador da cidade de Paraty, no início de sua canção “Orelha de Pau”. Ele é conhecido como um dos principais representantes da cultura caiçara brasileira por uma outra letra sua, “Encanto Caiçara”.

Caiçara, do tupi, aquele que vive da pesca de subsistência, no litoral do Brasil. Hoje, a expressão “cultura caiçara” engloba uma série de elementos comuns no litoral sudeste e sul do Brasil: o formato do remo, o tipo da pesca, as bases alimentares.

Perequê também é ativista cultural. Preocupado com a sobrevivência da cultura local em Paraty, ele fundou em 2001, ao lado da bailarina e coreógrafa Vanda Mota, o Instituto Silo Cultural: um espaço de valorização da cultura caiçara tradicional.

Um dos movimentos disseminados pelo Silo Cultural é o de preservação da Ciranda em Paraty. Antigamente chamada de Chiba, a Ciranda é um original baile da roça.

Segundo o Ciranda Elétrica, um grupo musical jovem que funde elementos musicais tradicionais caiçaras a equipamentos eletrônicos, os bailes de Ciranda duram toda a noite: dança-se para comemorar um Santo, a boa pesca ou colheita, um rito rural. E cada coreografia de Ciranda pode apresentar ritmos próprios: Canoa, Chama Rita, Cana Verde, O Arara, entre outros.

Vale dançar um pouquinho da Ciranda Paratiense, no vídeo do Mapa de Cultura RJ:

Quero te conhecer, Paraty, não apenas por tuas praias ou ruas tão comentadas, mas é que também quero ver a cidade de Perequê e do Ciranda Elétrica, dessa gente que tenta manter e recuperar elementos de sua história.